BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff sancionou com seis vetos o projeto de lei de conversão à Medida Provisória...
BRASÍLIA
- A presidente Dilma Rousseff sancionou com seis vetos o projeto de lei
de conversão à Medida Provisória 579, que dispõe sobre as concessões de
energia elétrica e reduz os encargos setoriais para permitir energia
mais barata ao consumidor. A meta é de uma redução de 20,2% nas contas
de luz neste ano. De acordo com o texto, as concessões de energia
elétrica poderão ser prorrogadas uma única vez, a critério do poder
concedente, pelo prazo de até 30 anos.
Entre os vetos estão duas
condições impostas para a prorrogação da concessão: a submissão aos
padrões de saúde e segurança no trabalho e de respeito aos direitos e
garantias dos consumidores a serem definidos pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) e pela legislação vigente e a definição pela
Aneel das atividades acessórias que poderão ser executadas com
terceiros.
Na avaliação do Ministério de Minas e Energia, a
proposta pretendia atribuir à Aneel competência estranha à sua
finalidade institucional. Ressalta ainda que essas questões já estão
garantidas pela legislação trabalhista e de defesa do consumidor.
A
presidente vetou também o dispositivo que permitia a devolução da Taxa
de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica aos empreendedores. Para
o Ministério da Fazenda, isso "desvirtua a vinculação do produto da
arrecadação da atividade que deu causa à sua instituição".
Foi
vetado ainda o artigo 31, que permitia às concessionárias de energia que
não tiveram suas obras iniciadas em razão de comprovados atos ou fatos
alheios à sua gestão o direito de equilíbrio econômico-financeiro. Na
avaliação do governo, os termos de reequilíbrio estabelecido no texto
"violam os princípios da isonomia e da modicidade tarifária".
Revisão tarifária
O
diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson
Hubner, disse que o órgão regulador deve aprovar ainda em janeiro a
revisão tarifária extraordinária das distribuidoras de eletricidade. As
novas tarifas, que devem começar a valer no dia 5 de fevereiro, irão
incorporar o desconto nas contas de luz obtido pela renovação antecipada
das concessões do setor elétrico e pela redução de encargos.
Segundo
ele, os cálculos sobre a divisão de cotas da energia das concessões
renovadas de geração já estão prontos, mas serão aprovados junto com a
revisão das distribuidoras. A única pendência é a quantidade de recursos
adicionais que o Tesouro Nacional terá que aportar ao pacote para se
chegar ao desconto médio de 20,2% prometido pela presidente Dilma
Rousseff, mesmo com a não adesão de importantes companhias de geração ao
pacote. "Falta ainda o Tesouro informar o tamanho do aporte", afirmou
Hubner.
Fonte: http://estadao.br.msn.com